Tudo não passou de uma “burla”.

 Estava descansado no meu cantinho, quando de repente oiço baterem á porta.
 Era um estranho bem-parecido, com ar convincente de que iria fazer muito por mim.
 Cativante, fez me acreditar de que eu tinha agido correctamente ao abrir a porta.
 Argumentou ter uma proposta para mim, bastante simples, era uma coisa comum e da qual não me iria arrepender.
 Perguntou me educadamente se podia entrar para assim poder explicar melhor o que trazia consigo.
 É raro eu saber dizer que não, e não via porquê de dizer agora, e assim foi, ele entrou.
 Entrou de passo leve, se eu não soubesse que ele vinha mesmo atrás de mim podia até pensar que estava sozinho.
 Aos poucos e poucos foi me fazendo acreditar que aquilo seria um bom investimento e que não seria nada do que se vê hoje em dia, em que tudo não passa de uma aldrabice.
 Dizia mesmo que não me iria desiludir, que não estava ali para isso, e eu fui acreditando.
 Não sei porquê, mas mesmo depois de já ter visto tanta merda continuo a achar que ainda aparecerá alguém que eu não terei de incluir nesse ‘grupo’.
 Estou apenas a enganar-me a mim próprio.
 A verdade é que me foi conquistando e convencendo de uma coisa que nunca iria funcionar.
 Pois essa parte eu na altura não sabia, se soubesse nunca me teria deixado enganar aquele ponto.
 Lembro-me de pensar:
- "Será que funcionará mesmo? Parece tudo tão verdadeiro, tão diferente do que me tem aparecido, porque não arriscar?"
 Adquiri a proposta em questão e a verdade é que me arrependi, foi uma tremenda desilusão visto que nem para ligar aquilo deu, por e simplesmente não valeu um único segundo do tempo que perdi com aquela conversa fiada. O melhor foi que não mostrou ser igual ao que já tinha passado por mim anteriormente, conseguiu ser bem pior.
 Capaz de enganar qualquer um com meia dúzia de argumentos falsos.
 Confesso que me fez sentir mal, com vontade até de o insultar e expulsar de onde entrou, mas nem tudo é tão fácil como se pensa, não quer dizer que por expulsá-lo naquela altura ele não voltasse a aparecer, não quer dizer também que por o insultar ele fosse mudar.
 Então resolvi seguir o meu subconsciente que me alertou que o melhor seria o silêncio, a ausência de uma única palavra era o melhor castigo.
 E assim será, não vou sequer dar me ao trabalho de o expulsar, não vou nem abrir a boca para dizer o que quer que seja e a seu tempo ele pagará pela burla que cometeu.